quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ENTENDA O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DAS PESQUISAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS

PESQUISA QUANTITATIVA

Um dos problemas mais sérios da pesquisa não está nas pesquisas: está na leitura equivocada do que as pesquisas revelam. Uma boa pesquisa tem início na elaboração do questionário. Passa pela maneira como é aplicada e termina no diagnóstico do resultado. Erros em qualquer parte do processo anulam totalmente sua eficiência.
Numa pesquisa (por exemplo) que objetive saber a preferência do público alvo em relação aos candidatos a um cargo público através de uma eleição, a população da qual será extraída a amostra deve ser constituída por todos os eleitores do município pesquisado.
A amostra deve ser estratificada de acordo com as características demográficas do público alvo (sexo, escolaridade, idade, poder aquisitivo, religião, região geográfica). Chamamos isso de amostra estratificada.
O tamanho da amostra independe do tamanho da população pesquisada. Estatisticamente falando, populações acima de 10 mil são consideradas infinitas.

Dobrando o tamanho da amostra, não aumentará, na mesma proporção, a precisão da pesquisa. Contudo, para aumentar a sua precisão e consistência nos subgrupos de pesquisa (entre negros, por exemplo), são preferíveis amostras maiores
TERMOS TÉCNICOS

a)      INTERVALO DE CONFIANÇA: Por exemplo: intervalo de confiança de 95% significa que se a pesquisa for repetida 100 vezes, 95 das vezes ocorrerá o mesmo resultado, respeitando-se a margem de erro.
b)      MARGEM DE ERRO OU ERRO AMOSTRAL: Quando se diz, por exemplo, que a margem de erro de uma pesquisa é de 3% para cima ou para baixo, isso quer dizer que o resultado final, ou seja, o resultado real se concentra numa amplitude de 6% que é chamada de amplitude de margem de erro. Imagine que o resultado de uma pesquisa encomendada por candidato X a deputado, com uma margem de erro de 13%, seja de 20 pontos percentuais em favor do candidato X. A leitura correta será de que ele pode ter de 17 a 23 pontos percentuais das intenções de voto.

Três outros aspectos devem ser considerados na elaboração de uma pesquisa:
·         Objetividade
·         Simplicidade
·         Brevidade
Devemos levar em conta o baixo nível de escolaridade de boa parcela do nosso eleitorado. As perguntas devem tocar diretamente o assunto ou tópico pesquisado, devem ser curtas, sem perder o seu significado, e devem ser expressas de maneira clara e simples.
Numa pesquisa eleitoral a pergunta mais conhecida é a intenção de voto:
“Se as eleições para deputado federal fossem hoje, em qual candidato você votaria?” (Pesquisa espontânea)
“Se as eleições para deputado federal fossem hoje, em qual candidato você votaria?” (apresenta-se ao pesquisado uma relação de candidatos – pesquisa estimulada)
Quando uma pesquisa indica o percentual de eleitores que não votam de jeito nenhum em um determinado candidato, a pergunta também pode ser feita de modo estimulado ou espontâneo:
“Em qual candidato a deputado federal você não votaria de jeito nenhum?” (Pesquisa espontânea)
“Em qual candidato a deputado federal você não votaria de jeito nenhum?” (apresenta-se ao pesquisado uma relação de candidatos – pesquisa estimulada)
Nesse caso obtemos o índice de rejeição.

CONFIABILIDADE POR PARTE DA POPULAÇÃO

Em um levantamento feito recentemente nos EUA, 47% declararam que sempre, ou quase sempre, acreditaram nas pesquisas, 44% acreditavam algumas vezes e 9% não acreditavam.
No Brasil, a credibilidade popular nas pesquisas não é tão grande: 35% da nossa população não acreditam em pesquisas.
Elas (as pesquisas) são citadas apenas por 5% da população como fonte de informação de credibilidade  e por 4% como fator de influência para a decisão do voto.

PESQUISA QUALITATIVA

É uma pesquisa que leva em conta não a opinião pública, mas um conceito bastante moderno de opiniões públicas. Ela faz uma prospecção em profundidade nos assuntos, para explorar as implicações, as razões e as motivações por trás de comportamentos, sejam eleitorais, sejam atitudes em relação a governos, instituições etc.
Resumindo, mede o sentimento da comunidade em relação a pessoas, situações, conjunturas, sentimentos e percepções.
Basicamente, são duas famílias de pesquisas qualitativas: uma delas são as discussões em grupo (também chamadas de grupos focais). A outra são as entrevistas em profundidade.
No processo eleitoral, a técnica de discussão em grupo é muito utilizada na fase exploratória, quando se quer identificar correntes de opiniões. Neste caso, há necessidade de escolher pessoas que representem um arco mais amplo do eleitorado.
Os grupos são definidos por classificação sócio-econômico, faixa etária, escolaridade, por diferença de percepção política, ou por outros critérios relevantes para a pesquisa.
O recrutamento, que é a fase mais complexa, que se assemelham pouco com a pesquisa quantitativa, porque exige a aplicação de questionários que funcionam como filtros.
Como o eleitorado brasileiro é pouco escolarizado, e isso influi nos processos de discussão em grupo, procuramos cobrir os segmentos centrais, mais numerosos do eleitorado. Grosso modo, descartamos os 10% mais escolarizados (os mais ricos ou os que estão numa escala social mais elevada) e os 10% da base, onde há maior incidência de analfabetos e se tem problemas de verbalização. Trabalhamos com o miolo de 70 ou 80% do eleitorado – é este o universo que procuramos.
Uma pesquisa qualitativa é capaz de indicar coisas que uma quantitativa não consegue.

O QUÊ PESQUISAR

1)      Quais as saídas que as pessoas vêem para situações difíceis no plano nacional, do estado ou da cidade. Com isso, incorporam-se as fantasias e as aspirações e até elencos de possíveis soluções.
2)      Qual a visão das eleições (candidatos, poder, comportamentos, atitudes, imagens positivas e negativas, expectativas, decepções etc)
3)      Decodificar a força do candidato preferencial
4)      Decodificar a força dos candidatos adversários

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